domingo, 29 de janeiro de 2017

CREIO EM DEUS PAI

Algumas pessoas tem dificuldade de crer em Deus, mas tenho visto que a maioria dessas pessoas tem dificuldade de crer no mesmo deus que não creio.

Deus não está num balcão celestial pronto para atender seus pedidos e não desce em algumas igrejas nos horários de oração por causas impossíveis.

Não creio no deus distante que tem sua moradia no céu. Deus está tão perto quanto a nossa respiração. O céu deve ser visto como uma referência não geográfica, mas no sentido de transcendência.

Não creio no deus cheio de melindres, cheio de não me toques. O deus do contra tudo o que diz respeito ao ser humano, a não ser que tenha um aspecto piedoso, de igreja, de santidade no sentido espiritual. Esse deus contabiliza sua vida de forma que, se você abrir brecha, vai dá direito a Satanás que deverá entrar em ação contra você.



Não sou um antínomo. Claro que precisamos de regras para viver em comunidade. Aquilo que nos prejudica deve ser rejeitado, mas Deus Pai conhece nossa estrutura e sabe que estamos em formação.

Não creio na figura de um deus inseguro e egolátrico que precisa de nossa adoração contínua para nos atender e nos amar mais. Parece até que esse deus quer se autoafirmar. Nós, adoradores, parecemos mais idólatras, e nossa adoração parece mais adulação.
Prefiro entender adoração como proposta de gratidão, ou melhor, prefiro propor uma mudança do nível da adoração ritualística para o nível da imitação de seu amor. Com isso a adoração seria verdadeiramente vivida em nossa história.

Também não creio em Deus como manipulador de títeres humanos. Se Deus é manipulador celestial que controla todas as coisas lá de cima por cordões invisíveis, ele é responsável direto pelos males e atrocidades de nossa história.

Devemos nos enxergar como humanos capazes de vivermos uma vida bonita apesar do mal que nos rodeia, porque nosso Pai nos inspira através do comportamento de Jesus a nos manter belos apesar da feiura do mal.

Josué Gomes

sábado, 28 de janeiro de 2017

ATUALIZANDO A CORRESPONDÊNCIA

O tempo passa e nós mudamos com ele. Nossos raciocínios também. Nosso conhecimento muda com as percepções nos obrigam à atualização, enquanto nossa fé se firma em um caminho para a vida e não para a deterioração do ser humano. Isso tem a ver com a nossa existência e sobrevivência. A vida muda. Nossos conceitos também. E não devemos temer questionar a nossa fé. Parece redundância, mas vou dizer: Uma fé que não suporta questionamentos não é fé suportável.

Deus não mudou de lugar, nós é que nos distanciamos dele quando decidimos fazer concreto o conceito que tínhamos dele.

A fé que tinha em um Deus que tudo controla e que nada acontece sem seu consentimento (vontade permissiva - horrível), me abriu espaço para descrer, mas quando tive a percepção da vida real, anulei esse conceito de Deus e o conheci melhor que antes. Ainda não é tudo, mas é por enquanto.

Não dá mais para crer no conceito de um Deus zangado mais disposto a ver minhas falhas para me punir do que para celebrar a vida de seus filhos. E, se você me apontar textos bíblicos que digam isso, te mostro um coração curado pelo amor de Deus pai que sabe de nossas fragilidades.

E quando você vê doenças incuráveis, casamentos desfeitos, crianças com anomalia, não diga absurdos em nome da fé. “Deus sabe o que faz”, “Deus tem propósito nisso...”. Essa conta não fecha. A vida é assim!

Infelizmente a igreja está mais para um desserviço pelo apelo mercadológico e menos existencial. Há muitas questões atuais sem as respostas devidas. Precisamos olhar a história e atualizar nossas respostas para corresponder a esses questionamentos do tipo, cura para o preconceito, a cara de pau da política corrupta, a misoginia (aversão a tudo o que envolve a mulher), xenofobia (aversão ao que é diferente, estranho, estrangeiro), o descaso para com o mais carente, etc.

Se não atualizarmos nossa fé como resposta para hoje, estaremos fadados à morte do sentido de sermos igreja.

Josué Gomes

Facebook.com/betesdamaceio

domingo, 1 de janeiro de 2017

CAPITULAR – UM CONVITE PARA SEGUIR ADIANTE

Desde o primeiro livro da bíblia, somos motivados a capitular o passado. Nos ditos que nos foram passados, Adão e Eva comeram do fruto que lhes motivaram a capitular a vida inocência do jardim e se puseram a viver um novo ciclo de vida arcando com as consequências próprias da vida comum aos seres humanos. Foi para eles um choque se verem nus, uma descoberta da vergonha que antes não sentiam. Outra história bíblica nos lembra que precisamos capitular o que aprendeu sobre Deus e a vida, como o caso de Abraão que se sente chamado para uma aventura que lhe fez sair de sua terra para viver uma fé em meio à dúvida de onde seria a próxima parada, ou o lugar para onde iria, mas crendo seguiu, capitulou seu passado e reestruturou uma fé que cabe a dúvida. Daí a aventura estava sempre diante de suas escolhas.

Capitular é virar página eventual, é seguir adiante sem se submeter servilmente ao passado. Nos diversos eventos passados tivemos nossas tristezas e alegrias, felicidades e frustrações, ilusões e desilusões; fizemo-nos odiados e amados, etc., mas, a vida continua. É uma aventura que exige foco para caminhar, força para aguentar o trampo, e uma fé de enfrentamento que garante crescimento e vida.

Quando o dia começa, você é convidado a capitular a noite, que já capitulou o dia anterior. É assim em relação aos meses e a cada ano que se inicia. Capitula-se o ano velho, zeramos a conta e começamos escrever o novo ano, o novo ciclo, com uma nova história. Isso não significa esquecimento do passado, mas a oportunidade de seguir adiante. O tempo não para, nós também não paramos, a não ser que não capitulemos o que nos afetou e tenta nos prender a caminhada.

Capitule o ciclo passado, reestruture sua vida para escrevendo uma nova história. Lembre-se que você não é mais o mesmo, aliás, todos mudamos, ou melhor, capitulamos o passo anterior, a esquina que passou, os atos bons ou maus que praticamos. E assim, vamos em frente com coragem, liberdade e fé! Dons divinos para os seres humanos – nós!

Josué Gomes
betesdamaceio@gmail.com

ENTÃO É NATAL!

As luzes do Natal chamam atenção de todos. Os presépios, os anjos, as celebrações natalinas, lúdicos natalinos capazes de mudar o tempo do normal, da crise, das distâncias familiares, etc.

É tempo de encontros e reencontros, das festinhas de encerramentos da turma da escola, alunos e professores; e festinhas de turma do trabalho com amigos-secretos. Emocionante, né!

Nosso tempo normal é de trabalho para quem o tem, tempo de escola para quem está matriculado, tempo de cada um na sua casa para quem tem teto. Esse é o nosso tempo normal.

O que chama a atenção é quando as luzes do Natal ofuscam a visão da realidade do outro lado da moeda, a realidade daquelas pessoas que não são visitadas, percebidas ou abraçadas a partir da luz do Natal.

Lembremo-nos que os primeiros a serem felicitados com um “Feliz Natal”, não foram os arrumadinhos das melhores casas, dos palácios abastecidos pelo poder, mas os mais esquecidos, os que estavam longe de casa, fora do calor de suas casas; os primeiros a serem visitados pelas luzes do Natal foram os mais sofridos.

Sem querer estragar seu Natal, que deve ser bem aproveitado, será que não dá para levar a sério que o Natal é tempo de esperança para quem precisa e não para quem tem de sobra? Nada contra quem tem, já que o fato de ter já implica desafio do repartir. Repartir o que se tem, repartir a esperança de um tempo menos sofrido, tempo mais produtivo, tempo cheio de vida. Repartir uma semente de luz, vida e amor!

Sim, o Natal é tempo de reflexão que diz respeito a mim e ao outro, a nós todos para que nos vejamos como filhos e filhas de um Deus-Pai-Mãe-Amor, e que essa reflexão tenha fruto do abraço, do carinho, do afeto de quem se deu em amor para que o mundo tivesse um caminho de vida a seguir adiante!

Então é Natal!

Josué Gomes