É incrível como as mães conseguem traduzir (ou seria “interpretar”?)
as línguas estranhas de seus bebês. O bebê diz "ahahabjlhgh" e a mãe traduz: “olha,
ele(a) tá dizendo que gosta muito de ir à casa da vovó” ou algo parecido.
Isso me fez suspeitar de não ser verdade quando ouvi algo
parecido como “vovô” dito pela Sofia, filha da minha filha Nathalia e meu genro Jácson. Procurei não
me empolgar, procurei não admitir. Bem que a Cássia me disse, mas a Sofia era tão pequena, tão novinha. Daqui a
alguns poucos meses ela ainda completaria seu primeiro ano de idade.
Mas, quando a pouco estávamos de viagem (Maceió/Fortaleza) e
ela na cadeirinha comportada no banco traseiro do carro. Não há dúvida. Nesse dia
fui brindado com um “vovô” olhando pra mim. Não dá pra me confundir. Foi verdade
mesmo. Eu fiquei tão feliz e tão emocionado que entendi que a minha (ou nossa)
viagem estava garantida.
Não posso esquecer que um casal amigo (Ivan e Larisse) nos
abençoou com o sentimento de sermos avós quando liberaram seus filhos Isabela e
do Levi que aprenderam a nos chamar “vovô pastor” e “vovó”. Foi uma experiência
maravilhosa como uma entrada degustiva que serviu, tanto pra nós que cobrávamos
ao Jácson e Nathalia a vinda da Sofia, como suprindo a ausência dos vovôs Ivan
e Ziza (pais do Ivan) e Bezerrão e Zélia (pais da Larisse). Sou muito agradecido
a essa gente. Ainda tenho um grande apreço como avô dessas crianças (Isabela e
Levi). E, espero tê-los como netos por toda a minha vida.
Com a Sofia foi diferente. Era uma cobrança de sangue, inclusive
do próprio Ivan e Larisse como amigos chegados do Jácson e Nathalia. Agora
imagine eu ouvindo pela primeira vez a Sofia me chamando de “vovô”. Se já me
sentia vovô, agora sou de fato e de direito.
Admito que estou todo abobalhado, mas quem não ficaria? Quem
não se sentiria pleno de felicidade? Quem não se sentiria perpetuado pela
próxima geração? Quem não se sentiria amolecido pela doçura de uma criança interagindo
e se identificando?
Pois é. Sou feliz por ser avô. Amolecido por ser avô. Isso é
mais ou menos o que posso explicar. Um sentimento de ser avô.