sábado, 23 de maio de 2020

SESSENTEI

Que bom poder contar com a lentidão da mudança ocorrendo em nosso corpo. Há algo de mágico nisso tudo. O tempo tem velocidade e alcances distintos que respeitam a nossa condição cronológica. O tempo é borboleta e lagarta; olhando para trás é como, "ainda ontem" ou "um diinha desses", o tempo voou. Já olhando o tempo para frente, sim, esse muda a passos de lagarta. Claro que isso é bem relativo pois depende do estado de espírito e do quanto a gente se enxerga diante desse tempo. Éramos criança e achávamos tudo muito distante em espaço de tempo, tao distante que um velho era reconhecido na figura de alguém com 10 ou 15 anos a mais do que a nossa idade.
Ainda bem que não dormimos em um belo dia e, "de repente 30", ou acordamos e já nos descobrimos com cabelos brancos ou sem eles. As coisas da vida nos chegam no tempo, mas que tempo é esse! Não que eu queria agora reclamar do tempo. Ele não é meu carrasco ou meu amigo. O tempo é um acompanhante de minha história, cúmplice calado das minhas travessuras e do meu crescimento como gente.
Sem um malfazejo do verbo "sentar", o fato é que sessentei. As rugas de meu rosto são códigos biográficos e as pintas de minha pele... Por que com o tempo a gente pinta o corpo? Deixa pra lá! Há um bom tempo o arco cronológico ascendente já virou sua curva natural dos seres vivos, afinal, sessentei.
De alguns anos para cá, não sou mais o mesmo. Nem mesmo sou o de ontem. Que bom! bom porque esse sou eu de hoje. A soma dos dias, meses e anos. Como seis décadas de experiências boas e outras, nem tanto, acertos e erros, dores e alegrias.
Arrependimentos? Sim, o arrependimento é um bandeira de correção e amadurecimento. Ambiguidades que me tornaram o ser quem sou!
Sinto-me velho? Não, sinto-me vivo! E vivo o bastante para envelhecer o mais tardio possível. É que ainda quero ler bons livros, amar bem muito a minha Cássia, meu casal de filhos e casal de netos. Quero viver mais para saborear bem a companhia dessas pessoas ao tilintar das taças com um bom vinho! Ainda quero ler mais para a Sofia (neta) e João Alexandre (neto), também compartilhar vida e vivências com a minha comunidade de fé, Betesda, e os pupilos da Reação Betesda (karatê). Ainda quero ver sois nascerem e poerem enquanto corro ao vento. ainda quero caminhar segurando a mão de alguém contando uma boa história que ainda não terminou! Ainda quero conhecer melhor o amor de Deus nas pessoas ao meu redor e fazendo parte da dinâmica desse amor. Ainda quero, como jovem sessentão, viver sem ter a vergonha de ser feliz, alem de cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!
Sim, e depois digo outras coisas que ainda quero fazer antes de en-velho-ser!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

INFLUENCIADOS E TRANSFORMADOS PELO ESPÍRITO DO REINO DO AMOR

às vezes pensamos na humanidade como sendo um só povo vivendo em vários endereços. Dizemos que, apesar de não sermos uma só etnia, uma só religião, um só país ou por sermos de várias culturas, somos pessoas, gente humana - um só povo com variedades, endereços, manias, idiossincrasias - mas gente. Mas há tantas coisas que nos distanciam como povo. 

Viver a humanidade com as respectivas diferenças humanas não tem sido fácil ou tem sido prioritariamente escolhido pelo indivíduo. Cada um de nós se acha melhor, mais importante, sabe viver melhor, etc., o que significa que nossa tendência é a competição, não uma convivência harmoniosa.

Uma poderosa ideia é uma conversão ao espírito de amor ao reino que nos inclui apesar de nós. Escolhermos mudar para melhor nos tornando melhores a cada dia.

Deixar-se ser influenciados e transformados pelo reino de amor significa abrir-se ao desafio de escolher melhor a cada bem. Isso não significa ser capacho do mal, pois amar não é submissão cega, mas é trabalhar por um mundo melhor - é escolher a vida que acolhe e transforma realidades, como o fermento que, ao ser misturado com a massa (pão, bolo) a transforma por completo.

Creio que somente nos convertendo ao espírito do Reino do Amor poderemos viver uma unidade no meio de tanta diversidade, o que nos identificaria como gente mais rica, mais valorosa e mais firme na convivência humana com todas as diferenças.

Esse é o nosso apelo para esse começo de novo ciclo. Se deixar ser influenciado pelo Espírito do Amor que transforma o viver diário e assim se habilitar a vivência de unidade no meio da diversidade humana.

Josué Gomes

UM AMBIENTE QUE LEMBRA PRESENÇA DE CRISTO

Se Jesus aparecesse hoje nesse mundo, onde ele identificaria como sendo lugar que se identifica com ele?

Talvez dissessem: o Brasil, o nordeste, a nossa cidade, o nosso bairro, a nossa igreja. E as justificativas seriam as mais diversificadas:

Esse ambiente tem a ver com ele pelo teor de santidade que é pregado, por causa do poder de curar ou de exorcizar, um lugar onde Deus fala e todos obedecem, ou ainda, um lugar onde todos os problemas desaparecem e seu casamento fica blindado. Jesus é o cara!

E quando olhamos os textos bíblicos vemos um ambiente onde todos e todas são chamados à mesa, sem discriminação ou preconceito. Nesse ambiente não há a intenção de contabilizar almas prosélitas, e nenhuma exigência é imposta.

Pecadores e pecadoras se sentem aceitas e acolhidas no mesmo recinto. Aliás, os santos, salvos e sem a mesmo noção de serem arrogantes, não estão juntos à mesa, não por não se sentirem merecedores, mas por se acharem mais santos. Tais pessoas não precisam está lá e julgam inadequada a presença de Jesus nesse meio.

Um ambiente lembra presença de Jesus quando a vida é mais importante que as coisas, a consciência de limitação é tratada como humanidade em processo de construção.

Um ambiente desses é o lugar ideal e aconchegante onde o colo que sabe que somos pó nos entende em nossas fraquezas e nos ajuda a lidar com essas realidades pessoais.

A igreja é um lugar onde você pode e deve frequentar de forma livre, não como igreja que te aprisiona, ou lugar onde você se sente um peixe fora d’água, ou simplesmente igreja de crente, mas como igreja de gente, igreja de pessoas que promovem luz, vida e amor, lugar onde você não se ilude com triunfalismos, mas que aprende a somar forças e ser parceiro de Deus na vida que Ele te deu como um dom.


Josué Gomes

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

GRATIDÃO AOS NOSSOS PAIS PELA NOSSA CRIAÇÃO!

Hoje é o nosso dia de agradecer aos nossos velhos que insistiram em nos tornar gente do bem nos valores do Evangelho. A maioria de nós achava desnecessária a insistência de ir a uma igreja, de orar e conhecer o Evangelho, ou mesmo de fazer parte de uma religião; a maioria de nós foi enxergando o Evangelho ou simplesmente seu valor através da honra e comportamento dos pais que trabalhavam para dá conta da criação dos filhos, no nosso caso, do monte de filhos e filhas. Dizemos isso porque nossas histórias se parecem nos termos da coragem e disposição para o trabalho. Se, de alguma forma, não vimos tanto antes, agora que crescemos e que nos vemos nos espelhos dos dias, agradecemos pela insistência em ver que vale a pena lutar pelos nossos filhos e filhas. Nossa gratidão aos que tiveram paciência conosco e disponibilizaram tempo e espaço no coração para nos fazer gente com fé em Deus e fé na vida com pequenas sementes que preconiza os adultos de hoje nas crianças de ontem. Nosso carinho aos nossos pais! Lucimar Monte, mãe da Cássia Monte, João Soares e Lucinda Gomes, pais do Josué Gomes.

domingo, 13 de agosto de 2017

CARREGAR A CRUZ OBRIGAÇÃO OU SATISFAÇÃO?

Sabe aquela sensação de ser roubado seu direito de agir diferente por pressão do meio? Você já se sentiu obrigado a mudar de atitude por ser pressionado a tanto?

Na Bíblia um negro nascido em uma cidade africana estava, como a maioria de nós olhando o que estava por trás de uma multidão e viu Jesus carregando a cruz em direção ao suplício, e como este estava quase sem poder continuar, foi constrangido a carregar a cruz de Jesus.

Como a maioria de nós, Simão é daqueles que também declara: “Não estou disposto a fazer o não quero”, ou acaba se justificando diante do que não está disposto a fazer. Isso acontece quando vemos algumas pessoas fazendo o que imaginamos ser praticamente impossível a nós, não por discordar, mas pelo fato de o envolvimento nos tirar do meu comodismo.

Nesse caso, te convido a fazer um exercício: mudar o foco do que é obrigado a fazer pela consciência do que posso fazer. Você pode não está tão envolvido, mas tente se conscientizar do que é preciso e do que você realmente pode fazer sem buscar justificativas que minem essa possibilidade. Se alguém precisa, por que não ser uma bênção para essa pessoa?

Não é questão de ser ou não manipulado, mas de ser equilibrado. Pessoas desequilibradas não conseguem relaxar e põe a perder o melhor de si diante das questões adversas. Tente ser equilibrado diante dessas adversidades. A temperança do fruto do Espírito.

Em vez de se sentir coagido, procure aprender a partir dos fatos que atropelam seu comodismo. Na história de Simão, aprendemos que de fato ele sofreu o constrangimento de ser obrigado (ninguém gosta), mas talvez a consciência do fato de haver ajudado a um homem no limiar de sua vida, pode ter surtido nele o efeito positivo que o levou a seguir o caminho pretendido por Jesus. Isso quer dizer que, do sentimento de obrigação ele migrou para a satisfação de ter passado essa experiência.

Aquela cruz havia sido assimilada por ele como também sua. Isso nos leva a pensar sobre tantas coisas que podemos assimilar como necessárias em vez de ser motivo de sofrimento e de rancor. Mover-se do egoísmo para par o altruísmo curador.

Se a gente se exercitar no equilíbrio de nossas emoções estaremos mais sensíveis ao que deve ou não fazer para aproximar do que é necessário apesar de não está tão disposto a realizar. Isso porque sabemos que o comodismo nos emperra o crescimento. As vezes somos sacudidos pela vida e disso obtemos lições de vida e não de morte.

Josué Gomes

segunda-feira, 31 de julho de 2017

CADÊ DEUS QUANDO MAIS PRECISO DELE?

Sou de uma geração de evangélicos e meus ouvidos se acostumaram a ouvir testemunhos. Eu mesmo fiz isso.

É interessante como a gente se acostuma com eles e, sem perceber, acabamos nos tornamos mais exigentes. Lembro-me que ia de um bairro a outro e até mesmo outra cidade para ouvir um testemunho do tipo que nos fazia suspirar. Era a certeza de que Deus estava agindo na vida de tal pessoa. Dizíamos “Oh, que coisa tremenda! Essa pessoa é muito abençoada!”. Com o tempo fui achando que alguns testemunhos evidenciavam mais o passado que o presente transformado do testemunhante.

Com o passar do tempo a coisa piorou. Passamos a perceber que os testemunhos eram selecionados de acordo com a conveniência da instituição, pois era ela a mais interessada no fruto dessa apresentação.

Por que achamos que alguém só é abençoado quando o testemunho diz respeito à transformação do bolso vazio e agora cheio de dinheiro? Do não tinha, agora tenho? Não seria isso uma isca ilusória do evangelho da ganância, das filhas da sanguessuga que sempre pede: “Dá-dá”?
Por outro lado, onde está Deus quando mais preciso dele? Estará com os que tem acumulado seus bens, já que bênção inicia com um fonema de “bem”? Não creio!

O Deus pai de Jesus sempre se mostrou presente na pessoa de Jesus e se mostra no espírito transformador da miséria em equilíbrio, na falta que se preenche com aquele que divide. A verdade é que há uma presença interior no ser humano que precisa e deseja ser percebida – a presença de Deus, não como aquele que vai resolver teus deveres, mas que garante está presente te dando força para continuar.

Vamos lá, Meu povo! Vamos captar essa mensagem como de Deus para a nossa vida e estejamos prontos para viver a sua vida com tudo, quando esse tudo começa com a percepção da força que Deus nos dá para seguir adiante!


Josué Gomes

sábado, 22 de julho de 2017

MINHA REVERÊNCIA AOS AMIGOS!

As figuras que nos rodeiam se perdem ao longo do tempo de nossa história. Alguns amigos da época de criança se perderam e se tornaram imagens não tão claras. Somente quando a distância e o tempo são quebrados é que, como onda do mar, essas imagens são atualizadas.

Os amigos nos promovem atualizações boas e más. Algumas vezes nossos amigos nos fazem voltar ao tempo, outras vezes nos beliscam com atualizações que nos machucam ou nos refazem a alegria de viver.

Feliz é a pessoa cultiva uma boa amizade por décadas. Feliz é a pessoa que encontra um amigo que independente do tempo, o laço já demonstra que é uma amizade forte. “Parece até que somos amigos a décadas!”

Mas, pense comigo:

Você acha que o amigo deve concordar sempre com você? Acha que a amizade exige resposta positiva em tudo? Você que amigo nunca guarda segredo? Sempre tem que te convidar para uma festa? A resposta para todas essas perguntas é um sonoro “não!”. Amigo não tem que... nada!

Não se mede uma amizade pela utilidade, mas por ser amigo. Geralmente os amigos são poucos. Desconfio de quem tem mais amigos que possa contar. Aliás, penso que uma boa amizade é reconhecida diante de uma turbulência quando você se choca com a atitude da pessoa. Dá para continuar a amizade? Essa é uma prova que garante ser amigo de verdade.

Em seu tempo, Jesus chamou alguns amigos e disse que estava angustiado até a morte e precisava orar um pouco com eles. Mas, eles não conseguiram seguir no mesmo patamar de oração. Se sentiam impotentes e ficaram como que adormecidos. Gente, nem sempre dá para andar cem por cento na sintonia do problema do amigo, mas dá para, dentro da limitação, andar, estar junto.

Quando Jó perdeu todos os seus bens, e seus filhos, e ainda padeceu de uma horrível enfermidade, teve grandes problemas; sua esposa que se desesperou e lhe aconselhou o suicídio, e seus amigos que entenderam pelo entendimento da época que o sofrimento só sobrevinha sobre aquele que estivesse com pecados encobertos. Jó não concordou com eles, e sofreu por causa disso e por toda culpa a ele imposta. No final, Jó ora por eles.

Amigo tem dessas coisas. Às vezes complicam mais do que ajudam. Mas o fato é que é muito importante ter um amigo nessas horas. Não tempos que concordar com eles, mas podemos ser gratos por sua presença diante do passamos. A mão amiga é mais importante que a palavra que discordamos. Por isso, oremos pelos nossos amigos e amigas. Sejamos gratos por eles.

Parece-me que a bíblia sinaliza que esse comportamento orante gera vida e prosperidade no melhor dos sentidos. Jó não foi restituído com o que havia perdido, mas com a vida e sentido que tinha pela frente. Seus amigos estavam lá quando ele precisava de uma mão para segurar nesse tempo de aflição.

Sou muito grato pelas amizades de todos os tempos. Não são muitos, mas o suficiente para celebrar e ser grato por eles.


Josué Gomes