Sou de uma geração de evangélicos e
meus ouvidos se acostumaram a ouvir testemunhos. Eu mesmo fiz isso.
É interessante como a gente se
acostuma com eles e, sem perceber, acabamos nos tornamos mais exigentes.
Lembro-me que ia de um bairro a outro e até mesmo outra cidade para ouvir um
testemunho do tipo que nos fazia suspirar. Era a certeza de que Deus estava
agindo na vida de tal pessoa. Dizíamos “Oh, que coisa tremenda! Essa pessoa é
muito abençoada!”. Com o tempo fui achando que alguns testemunhos evidenciavam
mais o passado que o presente transformado do testemunhante.
Com o passar do tempo a coisa
piorou. Passamos a perceber que os testemunhos eram selecionados de acordo com
a conveniência da instituição, pois era ela a mais interessada no fruto dessa
apresentação.
Por que achamos que alguém só é
abençoado quando o testemunho diz respeito à transformação do bolso vazio e
agora cheio de dinheiro? Do não tinha, agora tenho? Não seria isso uma isca
ilusória do evangelho da ganância, das filhas da sanguessuga que sempre pede:
“Dá-dá”?
Por outro lado, onde está Deus
quando mais preciso dele? Estará com os que tem acumulado seus bens, já que
bênção inicia com um fonema de “bem”? Não creio!
O Deus pai de Jesus sempre se
mostrou presente na pessoa de Jesus e se mostra no espírito transformador da
miséria em equilíbrio, na falta que se preenche com aquele que divide. A
verdade é que há uma presença interior no ser humano que precisa e deseja ser
percebida – a presença de Deus, não como aquele que vai resolver teus deveres,
mas que garante está presente te dando força para continuar.
Vamos lá, Meu povo! Vamos captar
essa mensagem como de Deus para a nossa vida e estejamos prontos para viver a
sua vida com tudo, quando esse tudo começa com a percepção da força que Deus nos
dá para seguir adiante!
Josué Gomes
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