domingo, 4 de setembro de 2016

O DEUS DO POSSÍVEL

Viver coerentemente a vida cristã, não é tão fácil como parece. Sei que chegamos a dizer que nós é que complicamos a viver cristão, mas não é difícil.

Sei não, viu? Eu gostaria que pensassem juntos sobre isso.

É provável que tenhamos algumas divergências, mas no geral, você concorda que Jesus revelou Deus em sua humanidade? Que ele foi o verbo que se encarnou e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade? Concorda que ele nunca quis ser igual a Deus, antes assumiu sua humanidade e levou a sério sua missão que o levou à morte e morte de cruz, a maldição dos mortais marginalizados? Concorda que Deus Pai pode ter sofrido muito com a morte de seu filho, pelo menos no que diz respeito à rejeição e dor que Jesus sentiu? Também concorda que Jesus assumiu sua humanidade, e que ser reconhecido Deus, não era uma opção para ele, que preferiu ser chamado “Filho do homem”, o humano?

Então, veja comigo a fragilidade de Jesus que sofre dores, angústias, apesar de levar uma vida de oração. Aliás, vida de oração, nos prepara para reagir ao sofrimento, mas não nos exclui de sofrer. Não somos chamados ao super-heroísmo, mas à humanização, que não nos exclui de impossibilidade.

O impossível é uma condição nossa, logo faz parte da nossa humanidade. E Deus é o Deus do possível, do que pode está ao nosso alcance, principalmente do que diz respeito ao nosso amadurecimento.

Diante disso, o que podemos fazer é aprender a conviver com essa condição. Essa condição nos desafia a confiar nos conteúdos interiores, lembrando-nos que o Deus do Possível é o Deus conosco que se identifica com a aventura de nossa humanidade.

Esse Deus do Possível não é um ídolo externo que espera nosso comando para responder com providência, mas espera nossa oração de parceria diante da vida que nem sempre é tão boa quanto queremos, mas que vale a pena continuar lutando por um mundo melhor.


Josué Gomes