Viver
coerentemente a vida cristã, não é tão fácil como parece. Sei que chegamos a
dizer que nós é que complicamos a viver cristão, mas não é difícil.
Sei não,
viu? Eu gostaria que pensassem juntos sobre isso.
É provável
que tenhamos algumas divergências, mas no geral, você concorda que Jesus revelou Deus em sua humanidade?
Que ele foi o verbo que se encarnou e vimos a sua glória como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade? Concorda que ele nunca quis ser igual a Deus, antes
assumiu sua humanidade e levou a sério sua missão que o levou à morte e morte
de cruz, a maldição dos mortais marginalizados? Concorda que Deus Pai pode ter
sofrido muito com a morte de seu filho, pelo menos no que diz respeito à
rejeição e dor que Jesus sentiu? Também concorda que Jesus assumiu sua
humanidade, e que ser reconhecido Deus, não era uma opção para ele, que
preferiu ser chamado “Filho do homem”, o humano?
Então, veja
comigo a fragilidade de Jesus que sofre dores, angústias, apesar de levar uma
vida de oração. Aliás, vida de oração, nos prepara para reagir ao sofrimento,
mas não nos exclui de sofrer. Não somos chamados ao super-heroísmo, mas à
humanização, que não nos exclui de impossibilidade.
O
impossível é uma condição nossa, logo faz parte da nossa humanidade. E Deus é o
Deus do possível, do que pode está ao nosso alcance, principalmente do que diz
respeito ao nosso amadurecimento.
Diante disso,
o que podemos fazer é aprender a conviver com essa condição. Essa condição nos
desafia a confiar nos conteúdos interiores, lembrando-nos que o Deus do Possível
é o Deus conosco que se identifica com a aventura de nossa humanidade.
Esse Deus
do Possível não é um ídolo externo que espera nosso comando para responder com
providência, mas espera nossa oração de parceria diante da vida que nem sempre é
tão boa quanto queremos, mas que vale a pena continuar lutando por um mundo
melhor.