quarta-feira, 20 de maio de 2009

O INFERNO GRITA: “Aqui não, gente!”


O grande pensador C. S. Lewis falando sobre a questão do inferno disse: “Não há nenhuma doutrina que eu removeria de mais bom grado do cristianismo do que isto, se eu tivesse o poder. Mas essa doutrina tem o pleno apoio das Escrituras, e sobretudo das próprias palavras do nosso Senhor”.

Sei que o pensamento bíblico sobre o inferno parece nos chocar sobremaneira, afinal, quem gosta de ver um Deus de amor prometendo inferno àqueles que lhe rejeitarem? É muito difícil assimilar algo tão sombrio de um Deus bom. Mas, o fato é que o céu e o inferno são as imagens que temos das opções espirituais que respingam em nossas atitudes diárias. É nisso que podemos ver a profundidade do amor. Não na questão da existência do inferno pra condenação sob o tridente do Diabo, mas como uma opção que pode ser descartada de nossas escolhas. O amor de Deus não existe sem a possibilidade de uma “total” liberdade.

Reflita comigo: Se é verdade que Deus é vida, paz, amor céu, paraíso, o bem, então a outra face da moeda nos leva à oposição de tudo aquilo que descrevemos, logo quando não escolhemos o bem, estamos nos distanciando desse bem, do amor, da paz e do céu, conseqüentemente nossa vida se aproxima do mal e de tudo aquilo que não é Deus.

A outra revelação da realidade do inferno é que Deus não nos leva pra lá quando pecamos, mas com nossos erros formamos um caminho que nos conduzem a esse inferno. Nossa casa se faz inferno quando nos conduzimos incoerentemente com a harmonia familiar. Nós plantamos o céu ou o inferno com nossas ações.

Por fim, o inferno nos parece um sinal de advertência quanto ao nosso presente. A distância entre o céu e o inferno nos lembra que nossa vez é aqui e agora e não depois da morte. Então, se quisermos o bem, a paz, o amor, a justiça... que plantemos hoje!

Não deixemos para tentar declarar o nosso amor depois que alguém morrer, nem para reclamar o não feito quando não for possível realizar. Isso pode gerar uma sensação de inferno. Hoje é o dia de promover o bem comum, a concórdia. Hoje é dia de provocar céu ao nosso redor. O inferno nos lembra a opção corajosa de tentar acertar o passo na estrada da vida.

É com a figura do inferno que somos lembrados que há um monte de lixo. Lixo de coisas que não temos que fazer, que não temos que nos envolver, e nem que tenhamos que nada. O inferno nos grita de um amor maior e de um caminho melhor. É uma velha bandeira empoeirada que lembra um caminho que gera a morte, tal qual a mensagem que nos desafia à coragem de dizer “não” por causa da opção de um mundão de vida com o Deus do Paraíso. O inferno é a contramão do amor e da vida – Deus está do outro lado. O inferno fede pelo que existe de pior e é de lá se ouve aos gemidos: “Aqui não, gente! Há outra saída!

Penso assim!

2 comentários:

Elianderson disse...

Alguem já havia me falado sobre o inferno como sinal do amor de Deus, mas eu nunca tinha entendido. Ótimo texto, pastor!

Villy Fomin disse...

Excelente texto, parabéns!