domingo, 13 de novembro de 2016

ESPIRITUALIDADE VIVA

Os grandes mestres da espiritualidade tiveram suas vidas devotas. De alguma forma se sentiram chamados por algo (alguém?) maior que eles. O que me chama atenção é que se tornaram importantes para a história humana, ainda que não fosse esse o motivo da devoção. O foco não era o vivente da espiritualidade ou o emissário, era a vida e tudo aquilo que lhe cerca. A casa humana comum, o outro, a terra, a natureza; um sentimento do numinoso, sim, o espírito consciente de algo que transcende e que tem sacralidade.

Quando falo de espiritualidade, não me refiro ao que normalmente acontece no templo, na mesquita, no terreiro, etc., esses movimentos são ritos e religiosidades, apesar de poderem ser vistos como reflexos espirituais.
Jesus viveu uma espiritualidade que chama a nossa atenção. Quando buscamos verificar essa espiritualidade a vemos em sua vida devocional, comportamento e palavras vivas. Foi uma experiência de quem se entende filho de Deus e por isso o chama de “papai”, aliás, Abba, é uma forma carinhosa e caseira de referir-se ao pai. Ele assume essa condição do ser filho de Deus e envolve seus discípulos nesse contexto familiar. Todos e todas poderiam se referir a Deus de Abba, papai. Sua humanidade lhe viabilizou o entendimento do ser filho, e como tal, fazer referência à Deus-Pai como pai de cada ser humano e, sua humanidade.

Outro aspecto da espiritualidade de Jesus está no fato de sua prática cotidiana. É como experimentar a vivência para outro elemento além de SI mesmo. Foi assim que ele se assumiu Filho do homem, pois ele viva e se desgastava em prol do bem comum. Isso é um traço político de espiritualidade.

O bom disso tudo é poder aprender que há um caminho possível para todos e todas nós, o caminho da espiritualidade viva que contempla o outro, pelo fato de sermos assumidamente filhos e filhas de Abba! 

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