sexta-feira, 24 de outubro de 2008

UMA VIAGEM PARA DENTRO DE MIM MESMO

Lucas 8.22 – Certo dia Jesus disse aos seus discípulos: “Vamos para o outro lado do lago”. Eles entraram num barco e partiram.

É interessante observar que Jesus convida seus discípulos a passarem para o outro lado do Grande Lago (Mar da Galiléia), mas durante a viagem o cansaço lhe abate, e ele acaba dormindo. O sono só é interrompido quando o barco está se enchendo com a água movida pelo vendaval repentino que assola aquela região de 313 metros abaixo do nível do mar.

Cheguei a observar esse texto como uma aula extra classe. Uma aula da vida real que se desenvolve com lições claras de possibilidades de como enxergar Deus no barco de nossa vida.

Que possíveis lições Deus estaria me dando?

1. Ter cuidado para não me aventurar sem contar com Jesus.

Claro que nesse entendimento, não devo contar com Jesus como garantia de vantagens, pois isso seria amuletismo pró-utilitarismo.

Quero ter Jesus presente em minha aventura, sonhos, negócios, etc., mas com a convicção de que o meu desejo é viver intensamente um relacionamento pessoal pelo que ele pode significa em todos os momentos da minha vida. Creio que foi esse o motivo que levou os discípulos a não titubearem em seguir viagem.

2. Deus também descansa.

Apesar de saber que Deus não dormita nem dorme (literalmente) por causa de seus cuidados para com seu povo, entendo que Jesus dorme o sono da segurança de tudo aquilo que deixou de legado para seus discípulos. Jesus, o Deus encarnado, dorme em função de saber dos dons que conhece em seus discípulos. Dorme apostando que pode ver seus discípulos andando com suas próprias pernas, aliás, podemos ver duas maneiras de mostrarmos maturidade cristã: 1) No nosso comportamento diante das aquisições da vida, e 2) diante das adversidades. Não precisamos ser vigiados em nosso comportamento, mas ver a possibilidade amadurecer.

3. Contar com a presença de Jesus NÃO nos garante uma vida sem tribulações.

A temática evangélica de nossos dias, distante da mensagem neotestamentária nos deixa longe da realidade da vida pelo insulto do triunfalismo. A questão do “crente que é crente” não sofre, não adoece, não passar privações contraria o texto do Novo Testamento. Foi aos crentes que Jesus disse: Jo 16.33b – “Neste mundo vocês terão aflições...”. A igreja primitiva “encorajava os novos membros a permanecerem na fé, dizendo: ‘É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus’” (At 14.21-22), enquanto os apóstolos ensinavam a se “gloriarem nas tribulações” (Rm 5.1-5). Então não é verdade que nossa vida com Deus é isenta de dificuldades.

4. Aprenda a parar para ouvir o silêncio de Deus.

É bem verdade que nos momentos difíceis de nossa vida, temos a impressão de que Deus está “dormindo” em relação ao nosso caso particular, facilmente nos esquecemos da fidelidade de Deus. Então, creio que muitas vezes o silêncio, não é um abandono, mas um desafio a confiar no caráter de Deus.

5. O Senhor nos acode em nossas debilidades.

Os olhos dos discípulos estavam fixos no milagre, pareciam carentes de uma visão interior. O milagre de Jesus foi seguido de repreensão por causa da carência de confiança. Não apenas para mostrar seu grande poder, NEM para dizer quem é que manda na natureza, MAS, para nos ensinar que ele está disposto a nos visitar em nossas debilidades. Sua doce presença já é um milagre.

Muitos gostam do Sl 23.1: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará!”, mas o V.4 é revelador – “Mesmo quando eu andar pelo vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem”.


Não perca a esperança, ele está mais próximo do que você possa imaginar.

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