segunda-feira, 17 de novembro de 2008

REFLEXO DE NOSSAS RELAÇÕES E DE NOSSOS SONHOS


O nosso tempo é marcado por uma superficialidade de relacionamentos que sinalizam a hipocrisia que carregada nos termos do “Tá tudo bem!”, dos tapinhas nas costas e dos sorrisos que apenas mostram os dentes e nunca a alma. Vivemos um mundo repleto de pessoas solitárias, ensimesmadas, enciumadas e carregadas da loucura de nossos evidentes traços da pós-modernidade. Somos gente carente de raízes de relacionamentos que ultrapassem os muros de nossa casa e dos nossos condomínios fechados. A coisa é tão séria que nossa dedicação, esforços de mantermos um relacionamento, quer seja conjugal, parceria entre amigos ou mesmo uma dedicação relacional eclesiástica, de repente não mais condizem com nossas declarações de fidelidade, respeito, ou mesmo os sonhos. Assim nossas argumentações se deterioram com nossas atitudes impulsivas. Paulo (um grande teólogo do primeiro século) declarou: “...tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”.

Percebam que nossa geração perpetua a idéia dos muros altos, condomínios fechados, sistemas de segurança monitorada, etc. Usamos um “olho mágico antes de abrir a porta e perguntamos ao telefone: “Quem gostaria de falar?” antes de qualquer coisa. Temos uma forte tendência a nos justificar sem pesar nossas argumentações um tanto infantis tirando a conta racional do outro por baixo.

Diante de tudo isso, quer coloquemos a culpa em nosso estresse temporal ou nos colocando acima da média, creio que a nossa maior necessidade como é de conversão. Precisamos nos humilhar diante da potente mão de Deus; não para que Ele nos exalte, mas para que nos quebrantemos em humanidade cristã autêntica. Chega de superficialidade em nossas relações. Chega de justificativas infantis que escondem a fragilidade de nossas raízes. Não precisamos cultivar nossos relacionamentos do tipo raiz de alface, que apesar de sua beleza exterior, facilmente se arranca. Devíamos aprender com o que Cristo falou a respeito de João, o batista, quando o comparou a um “caniço agitado pelo vento”.

Não deixemos que as turbulências de nosso tempo nos maculem a beleza de sermos corpo de Cristo. Não permitamos que os ventos contrários vençam nossa história de sonhos. Temos uma boa trilha para seguirmos guiados pelo dom que Deus dá aos seus filhos e filhas, envolvidos numa teia de relações diferenciadas pela variedade de mentes, de condições, mas nunca de sonhos. Porque nossos sonhos se confirmam na dinâmica do arregaçar de mangas e pela motivação que nos faz crer que o melhor ainda está por vir. Essa é uma esperança que nos motiva a levantar a cabeça e segurar na mão amiga de Deus que se epifania na mão do meu irmão.

Sinceramente, creio, que esse é um caminho que fortalece nossa dimensão relacional e expecta conferir nossos sonhos comuns.

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