segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

QUEM VOCÊS DIZEM QUE EU SOU?

 Desde cedo aprendi a ler a bíblia. Sou da época da bíblia mirim. Aprendi a ver Jesus como o salvador do mundo. O herói dos heróis.

Quando criança eu me encantava com o filho de Deus que obedecia aos seus pais. Ele parecia está sempre rodeado de ovelhas. Eu me sentia uma delas.
- Jesus era o amigo das crianças e dos animais.

À proporção do meu crescimento já percebo um Jesus diferente. Ele é exigente da obediência e dizia que, no Reino do Pai é melhor entrar com um só olho do que com dois olhos no inferno. Esse inferno esperava aqueles que teimavam olhar para as mulheres com desejo. E eu morria de medo porque não sabia quando desejava ou quando estava só apreciando uma beleza.

Nessa época, a libido era meu problema. Os hormônios se afloravam em minha jovialidade e eu temia passar a eternidade no inferno. Até a polução me aterrorizava. Enfim, sobrevivi.
- Jesus era o justo juiz que pune pecados e pecadores (era amor, mas também justiça).

Com o tempo, minha leitura ficou focada no poder milagroso de Jesus. Era o Deus que faz, o todo poderoso, o Deus do impossível.
Afinal, quem podia realizar as maravilhas registradas na bíblia? (Exemplo: cegos, leprosos, paralíticos, mortos, bem como poder para multiplicar pães e paralisação do poder da tempestade).  É difícil tirar essa visão. Poder sobre a natureza, poder sobre as doenças, poder sobre a vida e sobre a morte. Nesse tempo aprendi que só fica doente quem não for fiel.
- Jesus era o poderoso milagreiro, reflexo da providência.

Essas percepções ainda são comuns para muita gente. Tudo isso faz parte do entendimento. São percepções que nascem de acordo com o estado de espírito ou de acordo com a necessidade da pessoa.

Quem é Jesus para o “povo”? Eu faço parte desse “povo?” Sim, mas quem é Jesus para mim?

Bem, já há um bom tempo tenho lido e relido a bíblia. Percebi o quanto tenho caricaturado Deus, o quanto tenho caricaturado Jesus.

Precisei rever meu conceito sobre Deus a partir deu uma releitura da bíblia. Foi então que conheci o maravilhoso Jesus. Não era mais um Deus transvestido de homem. Também não era um Deus que se escondia por trás da limitação humana.

Jesus é o o homem em quem se encerra o poder divino – o Cristo. Aquele que se desgasta em amor. É movido por amor. Por amor se gasta para salvar o povo de seus pecados. Sendo Jesus a máxima expressão de Deus, sobre si questionam:  “Não é este o filho de José?”


Sim, é como filho de José, como humano que sofre e se compadece e que assume a vida com toda a demanda. Ele é o filho de José, que sendo tão humano só poderia ser reconhecido como o filho de Deus.

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