terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O "BBB" E A VIDA CRISTÃ


Sinceramente não me esforcei para pesquisar sobre a motivação dos criadores do Big Brother Brasil. Mas, de vez em quando me flagro refletindo sobre o que acontece nesse programa. Observo os personagens e os conteúdos comportamentais. Sabemos que o que está em jogo ali é o prêmio final de hum milhão de reais. Realmente é muito dinheiro!

Sem tirar o foco do prêmio, me chama à atenção a sagacidade que o comportamento (des)humano denuncia. A revelação das nossas tendências não condizentes com o propósito cristão.

Notem que pouco a pouco a pressão da convivência embota os relacionamentos. A construção dos relacionamentos está recheada de interesses egoístas.

Mas, será que para obter sucesso na vida temos que puxar o tapete de alguém? Não há uma outra opção? Por que tantas coisas nos levam a pensar que Sartre tinha razão ao denunciar que “o inferno é o outro”?

No BBB os protagonistas usam e abusam da astúcia para colocar a mão no prêmio. Dão até tapinhas com choro de “tristeza” ou batem palmas na despedida de um concorrente (a menos).

Penso. Será que a coisa é tão diferente aqui fora? De vez em quando preferimos ter amizade com uma pessoa de nossa “classe social”, porque assim formamos as “panelinhas” com tampas fechadas.

Sim, e quem vai para o “paredão”? Quem será a pessoa “apontada”?

Primeiro, é aquela sobre quem evidenciamos nossa “superioridade”, demonstramos nossa insatisfação, vingança ou ojeriza. Depois vem aquela pessoa que queremos fora de nosso caminho e não temos coragem de assumir. Por isso a excluímos no oculto de nosso “confessionário”, na penumbra de nosso egocentrismo.

Puxa vida, o cristianismo prega exatamente o oposto desse sentimento que é explorado e semeado em nossa casa todos os dias. O BBB pode ser uma denuncia de nós mesmos. Nossa falsa moralidade exposta e nossa criatividade em usar mecanismos de repulsa da pessoa que é diferente de nós, a pessoa de difícil relacionamento.

O evangelho nos mostra Jesus que nos convida a trilhar o caminho do perdão, da outra chance, do encarar os problemas de frente, corajosamente.

Na verdade, o comportamento estranho do “diferente” é um grito por inclusão. Pessoas de difícil convivência têm uma reação que grita por socorro, não por um paredão; precisa de nós e não da nossa distância; da nossa oração e não da nossa proscrição.

O prêmio do BBB destrói toda a beleza de conviver com o diferente porque esse (prêmio) se torna o fim que justifica os meios. Esquecemos que na vida, o meio valoriza, amadurece, promove e fortalece o fim. Essa pedagogia do caminho nos aquilata a vida e suas relações.

Tenhamos cuidado com a mensagem anticristã que nos chega sorrateiramente e em pequenas doses nos tornando insensíveis. Afinal, precisamos orar: “Pai nosso, perdoa-nos, ASSIM COMO perdoamos...”(!?) UI!

Que o verdadeiro BIG BROTHER nos guie pela senda da comunhão, na qual tudo faremos para sermos irmãos e não concorrentes!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

VULNERABILIDADE DOS CRENTES

O cenário da igreja evangélica parece não ter conserto. Parece que quando penso que chegamos no fundo do poço sou surpreendido com mais alguns metros p/ descer na lama. É lamentável a tragédia ocorrida no templo da Renascer, mas, é tão triste quanto qualquer outra tragédia.

Talvez os "crentes" sintam uma estranheza ou uma sensação diversa por estarem acostumados a "livramentos" e "milagres". Muitos acostumados - ou programados - a pensar que são "cabeça" e não "cauda", são abalados com um evento como esse que testemunhamos.

Suas mentes moldadas nessa teologia da imunidade entram em "parafuso" quando são despertos para a realidade. Que realidade? Que o Sol brilha para justos e injustos e a tempestade alcança tanto estes como aqueles.

Então onde está, de fato, a diferença para nós cristãos? A diferença não está na manipulação da realidade... nem no mover do "espiritual" em nosso favor no sentido de nos tornar blindados aos infortúnios da vida. O diferencial está - ou deveria - em nossos corações, em nosso caráter como servos e discípulos de Cristo. Que como tais, podem tudo Naquele que os fortalecem. De maneira que, são capazes de suportar pela fé a pobreza, o sofrimento, a tragédia, a injustiça e a escassez... e na mesma Força são capazes de permanecer fortes e fiéis na riqueza, na alegria, no conforto, na justiça e na abundância!

Nota-se então, que o que nos diferencia dos que não são de Cristo, não é como inferimos na realidade, nos eventos aleatórios ou no mundo ao nosso redor, mas como estes nos afetam ou não ao ponto de fazer emergir a transformação que o Evangelho deve produzir em nós.O acidente com a Renascer só nos mostra que somos tão vulneráveis quanto todos. E que são em momentos assim que devemos florescer Cristo dentro de nós em humildade e oração.

Postado por Thiago Mendanha (Em pavaBlog)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ESTRELAS E COMETAS


Eu morei no sertão do Ceará. Um dia desses, faltando energia, ficamos assentados numa cadeira de balanço conversando e olhando a beleza do céu estrelado. Era a época que muito se falava em cometas que passavam no céu.

Hoje, esse meu sentimento nostálgico também se processa pedagogicamente em meu ser. As pessoas que cruzaram nossas vidas, que nos impressionaram com sua existência e outras que se apresentaram e logo desapareceram, me levaram a catalogar alguns personagens como estrelas ou cometas.

Infelizmente tanta gente perde a oportunidade de brilhar mais intensamente com sua permanência, brilho, certeza de presença sem a insegurança que torna o relacionamento passageiro permitindo faltar a beleza de um bom entrosamento e cumplicidade.

As pessoas cometas brilham, mas passam e deixam apenas a lembrança cronológica e a possibilidade de um “quem sabe!” Elas passam pela vida da gente apenas por um instante. Esperamos, mas elas não se prendem a ninguém. Não conseguem fixar uma amizade. Apenas passam pela vida e deixam a lembrança que poderiam iluminar melhor, aquecer mais, e marcar presença duradoura.

Ainda bem que é possível ainda encontrar pessoas estrelas que brilham e permanecem. Que gostam de marcar presença, e que valorizam o estar junto. Tornam-se luzes e são calorosas, embelezam a vida. Ser amigo de verdade é ser uma estrela. Ainda que surjam e passem os anos ou aconteçam as distâncias, sempre há espaço para um brilho que marca a alma.

Os cometas enamoram e frustram porque parecem prometer o que não conseguem cumprir. O tempo lhe é medido sem admitir um prazo de validade numa existência relacional passageira. Os aplausos lhe beneficiam, mas não lhe compunge a alma. Tudo lhe é passageiro, supérfluo e apenas vaidade.

O cometa não consegue ser amigo verdadeiro. O cometa não valoriza sentimentos, se aproveita das pessoas e das situações. O cometa faz acreditar e desacreditar ao mesmo tempo. O resultado de uma vida de cometa é a solidão porque não conta nem quer contar com ninguém.

Urge a necessidade de criar um mundo de estrelas. Na escuridão perceber sua presença, sentir seu brilho, contar com sua energia. Compartilhar de sua luz e calor. Uma esperança se renova a cada percepção de estrela que brilha em nossas noites escuras. As estrelas nos garantem permanecer até que o sol venha raiar no horizonte de nossa existência. Elas ecoam esperança em tempo de desânimo. Os cometas são belos, mas é um perigo confiar até em suas caldas. Não quero isso pra minha vida.

Prefiro ter o peso intenso das estrelas que marcam presença. Quero viver construindo e celebrando a história dos que fincam estacas. Quero promover luz, vida e amor. Com isso tentar acalorar alguns corações, ainda que veja a possibilidade de me decepcionar com algum suposto brilho.

Acredito que se nós nos dedicarmos em fazer nosso dever de casa, de sermos residentes de uma grande casa e de sermos casa para outros, contaremos com a chance de ser e ver alguém como estrela de nossa constelação. Assim, quem sabe, cresça o número daqueles que vivem e não apenas passem pela vida!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

2009, UMA ESPERANÇA QUE SE RENOVA


Já prestaram a atenção como se torna repetitivo o “lenga-lenga” de todos os inícios de ano? Queremos reavivar os sonhos e desejamos aos nossos amigos e familiares que eles se realizam e por ai vai nosso “blá, blá, blá”. "Pra você também!"

2009 chegou praticamente como os outros anos que vieram antes. Cheio de esperança para um coração que parece ter ficado insatisfeito com o ano que se passou. O ano novo tem essa magia. Ele reascende a alma reticente trazendo uma nova oportunidade de lutar com novas perspectivas baseadas na fé que se recria no interior de quem ama a vida.

Algo parecido aconteceu num dia em que um homem cego, informado que Jesus ia passando pela estrada onde vivia à beira do caminho pedindo esmolas. Ele gritou por salvação. “Tem misericórdia de mim!” e a pergunta de Jesus marca esse encontro: “Que você quer que eu lhe faça?” ao que ele respondeu: “Eu quero ver”.

Aquele homem foi salvo de sua cegueira e a primeira coisa que ele viu foi seu sonho salvador. Estava começando uma nova era em sua vida. Agora com uma nova visão e nova percepção da vida, dos amigos, da família e principalmente que era possível vencer.

Agora, penso, e se a pergunta de Jesus fosse colocada na boca daquele homem? Não uma pergunta interesseira de vantagens, mas uma pergunta que procede de um coração grato e disposto a fazer algo em prol do Deus de sua vida. Não que Deus precise ser bajulado com nossas boas obras, mas seria interessante lhe perguntar: “O que o Senhor quer que eu lhe faça?”

Isso significaria sair do nível comum do interesse egocêntrico e da vantagem egoísta para o nível da gratidão e disposição. Trocar o sonho do homem pelo sonho de Deus, a visão do homem pela visão de Deus.

O que poderia acontecer com essa disposição? Talvez o único interesse de Deus seria aproximar nosso coração ao coração de Jesus. Isso é tudo. É o suficiente para sermos transformados de fé em fé, graça em graça e glória em glória.

Estamos no início de 2009. A nossa agenda está em branco esperando para nos colocarmos nos dois lados. O lado de quem clama para ser alcançado por sua misericórdia e enxergarmos a vida como ela é. E o lado corajoso que grita ao seu Senhor: O que o Senhor quer que eu lhe faça nesse ano?

Diante do que já vi e vivi, eu prefiro sair do campo interesseiro da vantagem para ousar demonstrar minha gratidão e disposição de ser mais um dos que ousam se colocar na lista dos que abençoam e lutam “para curar um mundo fraturado”!

Tudo bem, nem sei mesmo, de verdade, o que ele poderia me responder. Vou, pelo menos, e isso com dedicação tentar viver bem, viver o bem, fazer o bem, seguindo o que entendo ser seus passos; ouvir, o que entendo ser sua voz; e assim, penso, vivendo o ser filho de Deus.
Essa é a esperança que se renova em meu peito!