domingo, 19 de março de 2017

DEUS QUANDO NÃO HÁ “DEUS”.

Não gosto de me esconder por trás das expressões e comportamento que parecem piedosos, como se vivesse fora da atmosfera comum a todos. Não existe espiristosfera para crentes. Nos escondemos por trás de expressões religiosas do tipo "Deus abençoou", "Deus opera", "Deus", etc.

Claro que falamos e nos comportamos diferentes no trabalho, no lazer ou em casa de acordo com o ambiente, mas temos a tendência em exagerar em nosso evangeliquêz.

Parece até que temos dois botões comportamentais: o botão "espiritual" e o botão "material", que é o normal, e dependendo da ocasião, aciono o botão que quiser e me comporto de acordo. 

Isso é horrível porque nos enfeia e nos faz hipócritas. Nos tornamos guetistas, exclusivistas e nos apequenamos nesse gueto evangélico. Penso que Deus costuma sair de cena para que o ser humano seja protagonista de sua própria história, não o contrário. Quanto mais Deus se ausenta, mais se encontra presente na nossa coragem de encarar as nossas lutas diárias.

Preciso encarar a verdade de que "tudo posso naquele que me fortalece!" Como? Presente nas entrelinhas da redação de nossa história, ainda que invisível e sem a linguagem religiosa.

Você se lembra que tem cabeça? Claro, você se lembra que tem uma quando alguém fala sobre ela ou quando ela alerta com uma dorzinha. Da mesma forma é para que é pai, mãe, irmão, ou mesmo que se tem braços que abraçam. São fatos de nossa realidade, algo que está intrínseco a nós.

Assim aprendemos que nossa oração é nossa atitude amadurecida, sua presença é a nossa presença para o bem de todos. 

A maior ideia de presença de Deus está em sua convocação para que mudemos sempre para melhor a nossa realidade. Está na interpelação de construir na terra um mundo melhor dentro da nossa realidade. Isso não tem a ver com religião, gênero, status social. Osso tem a ver com espiritualidade viva que ocorre no cotidiano de quem escolhe o bem.

Josué Gomes 

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